Gilmar Cabral
Dedicatória:
Dedico
este livro à minha família e a todos que amam a Nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo.
Introdução
“Pois a rocha deles não é como a nossa Rocha,
com o que até mesmo os nossos inimigos concordam”. (Dt 32:31)
O Deuteronômio é o quinto livro da Bíblia,
também conhecido como o último livro do Pentateuco (os cinco primeiros livros
da Lei, escritos por Moisés). A palavra “deuteronômio” significa “Segunda Lei”,
ou seja, esse livro funciona como uma recapitulação das Ordenanças do Senhor
para a vida da nação de Israel. Moisés está perto de passar o cajado para o seu
sucessor, que já estava escolhido por Deus: seu nome era Josué. Moisés então, nos
últimos capítulos, faz uma espécie de revisão dos principais acontecimentos da
História de Israel até aquele momento. Ele repassa os Dez Mandamentos e aplica
aquilo que os estudantes conhecem bem em épocas de provas e de vestibulares, a
saber, um “resumão” da matéria até ali ministrada, a fim de preparar os vestibulandos
a se darem bem nas provas.
É isso que faz Moisés. Ele durante
todo o livro, mas principalmente a partir do capítulo vinte e sete, relata seus
discursos finais com duas finalidades: a primeira era a de preparar povo para a
sua sucessão, o que é sempre um momento traumático e que exige adaptação à nova
liderança. A segunda era levar Israel a uma reflexão sobre seu compromisso com
Jeová, visando à entrada na Terra Prometida. Assim, o profeta e líder em toda
travessia do Deserto sabendo que não entraria em Canaã, passa a direcionar a
memória do povo para as lembranças dos feitos divinos que foram realizados no
passado, fortalecendo a fé e a renovação da Aliança feita com Deus no Monte
Sinai.
Nos capítulos 31 e 32, Moisés fala
da perpetuação dessa Aliança e aborda precisamente a sua própria sucessão. O
novo líder iria comandar o povo na posse da Terra Prometida, e a nação deveria
estar estruturada espiritualmente e militarmente para essa grande empreitada de
lutas, crises, vitórias, bênçãos e milagres que chegariam. É desta mesma forma
que Deus faz com a Igreja e com o cristão: gosta de prepará-los para os
embates, mas também para os milagres e as vitórias.
Capítulo 1
Lembranças
e Ensinamentos
Especificamente no capítulo 32,
Moisés vai enfatizar sua mensagem em forma de cântico, onde convida o céu e a
terra para serem testemunhas. O cântico do testemunho fala da Grandeza de Deus,
da fidelidade do Senhor e do cuidado Dele para com o povo da Promessa. Todavia,
também fala da desobediência da nação. O profeta traz isso à memória do povo
mostrando que ele sofreu porque foi desobediente e sofrerá o juízo de Deus se
for infiel. Este texto vai dizer algo muito interessante sobre o papel dos inimigos
de Israel. Nele, aprendemos que Deus permitiu o sofrimento do povo nas mãos dos
seus inimigos por causa da idolatria e do fato de abandonarem o Senhor. É
exatamente assim: quando somos desobedientes e nos afastamos de Deus, sofremos
as consequências desse afastamento e nos tornamos presas fáceis nas mãos do
inimigo de nossas almas e muitas vezes caímos nos erros e prazeres do mundo.
Deus permitiu o sofrimento não apenas como forma de juízo, mas também
como maneira de moldar o caráter da nação. Os adversários foram instrumentos de
Deus para tratar a vida espiritual de seu povo. Isto ocorre também conosco.
Muitas vezes o Senhor permite o “temporal” em nossa vida e que os problemas
cresçam, que a crise aconteça e que os inimigos se levantem, somente para
trabalhar e aprimorar o nosso caráter, a nossa fé, a intimidade com Ele e a
nossa vida espiritual. Portanto, saiba que toda luta é um grande ensinamento e
nós devemos nos lembrar disso quando ela chegar, cessar ou aparecer outra.
Jó é um exemplo disto. Como o Senhor trabalhou na história deste grande
personagem bíblico. Perdeu tudo o que tinha e ficou miseravelmente enfermo.
Mesmo assim, não blasfemou contra Deus e ainda pôde fazer declarações marcantes
de fé e de aprendizado espiritual:
“Saí nu do ventre da minha mãe, e
nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor”. (Jó
1:21).
“Eu sei que o meu Redentor vive, e
que no fim se levantará sobre a terra.”
(Jó 19:25).
“Meus ouvidos já tinham ouvido a
teu respeito, mas agora os meus olhos te viram.” (Jó 42:05).
Logo, aprendemos que as perdas, os traumas, os problemas e os sofrimentos
têm na vida da gente uma finalidade pedagógica: é Deus querendo nos ensinar
alguma coisa. E nós temos que ter a mente e o coração abertos para entendermos
isto.
É neste capítulo também que está inserido o versículo 31, que destacamos:
“Pois a rocha deles não é como a nossa
Rocha, com o que até mesmo os nossos inimigos concordam”.
Nos contextos anteriores e posteriores a esse versículo, Moisés vai dizer
que os inimigos se achavam o “máximo”, isto é, que Israel foi subjugado porque
eles eram os “tais”; começaram a se vangloriar das vitórias sobre o povo de
Deus. Só que na verdade, sem saber, eles foram apenas marionetes nas mãos de
Jeová para cumprirem o propósito Dele. Os adversários do povo do Senhor
pensaram que venceram porque a rocha
deles era maior que a Rocha de
Israel. Eles estavam enganados. Não passaram de instrumentos nas mãos do Deus
Todo-Poderoso. O demônio que se levanta para te perseguir não passa de
instrumento nas mãos divinas para aprimorar o seu caráter e a sua vida cristã.
Isto acontece para que você, na hora em que o “cinto apertar”, possa correr
para a oração e o jejum, possa “comer” a Palavra do Senhor e ficar mais perto
do Criador, crescendo na comunhão e na fé.
Outra verdade clara no texto é que, além de serem marionetes nas mãos de
Jeová, os inimigos de Israel, da Igreja e do cristão, serão castigados pelos
seus próprios erros e falhas. É por isso que o grande legislador cita o
versículo 31 fazendo uma comparação ao afirmar que a rocha deles, o fundamento deles, não é como a do povo de Israel,
portanto, não é como a nossa Rocha. O
nosso Deus é maior e não há outro igual ou superior a Ele!
Se você observar, no texto a “rocha
deles” começa com letra minúscula, é o “r” minúsculo, porém quando Moisés cita “a
nossa Rocha”, o “R” é o maiúsculo
porque se refere ao Deus Todo-Poderoso que criou o céu e a terra. É como se o
sábio servo do Senhor estivesse afirmando irônica e entusiasticamente: “eles
estão muito enganados, a base deles não é como a nossa, a deles é fraca, é
falha. A rocha deles são os deuses
pagãos, as crendices, as crenças do paganismo e a confiança em seu poderio
militar. A nossa Rocha é Jeová, o
Deus Majestoso e que muda as situações”. Moisés diz no final do versículo: “com o que até mesmo os nossos inimigos
concordam”. Pelos grandes feitos do Senhor e diante do livramento
milagroso, até mesmo os inimigos têm que admitir: só Jeová é Deus e os nossos
deuses nada podem. A Rocha de Israel
esmiuçou a rocha dos pagãos. O Senhor
vai esmiuçar a rocha que te persegue: a enfermidade, o desemprego, a confusão,
a miséria, a inveja, etc.. O nosso Deus é Rocha firme e não há como Ele!
Aleluia! Aqueles que nos perseguem vão ter que no final reconhecer que a nossa Rocha é maior que a deles.
Veja o que diz Deuteronômio 32:35-39.
A mim pertence a vingança e a
retribuição. No devido tempo os pés deles escorregarão; o dia da sua desgraça
está chegando e o seu próprio destino se apressa sobre eles. O Senhor defenderá
o seu povo e terá compaixão dos seus servos, quando vir que a força deles se
esvaiu e que ninguém sobrou, nem escravo nem livre. Ele dirá: Agora, onde estão
os seus deuses, a rocha em que se refugiaram, os deuses que comeram a gordura
dos seus sacrifícios e beberam o vinho das suas ofertas derramadas? Que eles se
levantem para ajudá-los! Que eles lhes ofereçam abrigo! Vejam agora que sou o
único, eu mesmo. Não há Deus além de mim. Faço morrer e faço viver, feri e
curarei, e ninguém é capaz de livrar-se da minha mão.
Esse é o Senhor Rocha
Inabalável. Ele já é a sua Rocha?
Capítulo 2
Aprendendo
com as Rochas
Quando estudamos as rochas, mesmo
que não sejamos especialistas em Geologia, percebemos que existem muitas
maneiras de classificá-las. Uma delas é quanto à sua formação. Utilizando esse
critério, chegamos a três tipos de classificação. Sendo assim as rochas podem
ser:
a)
Magmáticas – aquelas que vêm da larva dos vulcões, do
magma. Ao entrar em contato com a superfície (Atmosfera), o magma vai se
esfriando até se solidificar transformando-se em rocha. Por isso esse
tipo de rocha é também chamado de rocha vulcânica.
b)
Sedimentares – são as rochas formadas por sedimentos
provenientes da erosão e do relevo.
c)
Metamórficas – vão existir a partir de rochas
pré-existentes colocadas em condições de pressão e de temperatura diferentes
das de sua formação.
Comparando com as bases da vida:
As
rochas magmáticas representam o fundamento que se solidificou no calor das dificuldades da vida. É uma
base de existência que vai sendo solidificada no calor das pressões e dos problemas. A pessoa vai amadurecendo e
tendo seu caráter e sua consciência solidificados naquilo que pensam e no que
esperam para si.
As sedimentares simbolizam uma base
não tão firme ou resistente, pois se formou pelo desgaste da vida, pelos
desgastes (erosão) emocionais do dia a dia, da luta da vida. Lá na frente, esta
pessoa vai se tornar mais fragilizada por causa das crises existenciais.
As metamórficas apontam para um
fundamento de vida formado pelas experiências que vão se acumulando (rochas
pré-existentes) nos diferentes “climas” e “pressões” do cotidiano. É aquele
indivíduo que, quando abre a boca, a gente vê a sua sensatez; percebe-se que
ele tem base, tem experiência de vida e pode dar uma orientação. Sabe falar. Já
passou por ali e tem algo a contribuir.
Por que fazer essa analogia? Porque
na Bíblia, dentre outras figuras e representações, a rocha significa fundação,
alicerce de vida. Volta a pergunta: qual é o seu fundamento? Em que ou em quem
está firmada a sua vida? Quero que este livro confronte você. Não há a
preocupação em dizer o que você quer ler, mas sim em falar o que você precisa
ler. O importante é que sua mente questione: tenho a Rocha que é Jeová como firmamento da minha vida ou não?
É tempo de sermos confrontados com a
Palavra do Senhor. Após a resposta à pergunta feita no parágrafo anterior, você
poderá ter a certeza de que está salvo ou ainda perdido. Ir à Igreja é maravilhoso:
louvar, adorar, dar glória a Deus e aleluia; mas o que conta mesmo é saber qual
é a base de existência da sua vida.
Para termos Deus como a rocha da
nossa vida, é preciso cumprir a Palavra do Senhor e firmar uma aliança com Ele.
É isto que Moisés está dizendo: “escuta uma coisa, a rocha deles não é como a nossa Rocha
porque nós temos um Pacto com Deus e eles não”. Você já firmou um Pacto com
Deus? Faça isso hoje mesmo. Ele ouve a sua oração.
Capítulo 3
Os
diferentes fundamentos
Muitos têm como rocha os prazeres da carne, são os hedonistas, o que vale é o
prazer carnal; será que este é o seu fundamento? Tem os que vivem uma vida
religiosa, porém a base são as efêmeras “delícias” do mundo. Se você é
escravizado pelos desejos mundanos, saiba que Jesus pode libertá-lo. João 8:36
afirma que se o Filho vos libertar,
verdadeiramente sereis livres. Ele quer ser a sua fundação, o seu alicerce.
Saia dessa areia movediça do pecado e venha para a Rocha Firme.
Outros têm como rocha os vícios, desde os pequeninos até os mais tenebrosos,
inclusive na área sexual. Há os viciados em Internet, transformando-a em
“Infernet”. É lógico que se aproveitarmos bem os momentos que passamos on line poderemos fazer da Internet uma
bênção, uma coisa muito positiva. Portanto, cuidado com o que você está vendo,
escutando, pesquisando; por onde você está navegando no “infomar”. Aliás, por
que sites tem navegado com o seu “barquinho”? Deixa Jesus entrar no seu “barquinho”
e conduzi-lo a partir de hoje e você seguirá na direção certa.
Tem gente que é viciada em café, coca-cola, chocolate, etc.. Talvez você
pense: “isso não tem nada a ver”. Muito pelo contrário, tudo que vira vício
aprisiona e faz mal.
Há os que se viciaram em cartas de
baralho, jogos de carteado. Não sabem nem os significados profanos daquelas
cartas e estão lá, sentados na “roda dos escarnecedores”, jogando. Jogando fora
uma bela oportunidade de servir a Deus com integridade e santidade. Deixe que
Jesus trabalhe o seu coração. Deixe que a Palavra vá limpando o seu interior,
tirando os altares ali construídos no lugar do altar do Senhor.
Noutro dia apareceu na TV, num
desses telejornais, um rapaz novo, que poderia estar louvando a Deus na Igreja.
Foi apanhado em flagrante num ato de pedofilia, viciado na depravação. Jovem,
casado, com uma aliança enorme na mão esquerda, ia ser pai em breve. Ele acabou com o
seu casamento e com a vida daquele garoto, uma vítima de apenas 14 anos.
Imagine aquela esposa! Saber que estava casada com um monstro! A criança que na
época nem havia nascido: filho ou filha de um pedófilo! Qual era o fundamento
da vida daquele moço? Certamente o pecado, a depravação e tudo o que desagrada
a Deus.
A fama quase sempre vicia e fica
como base da vida. Você já deve ter visto que nas reportagens dos telejornais
diários da TV sempre aparecem os engraçadinhos por trás dos entrevistados. Isso
só para aparecer diante das câmeras. Pegam o celular e ligam para parentes e
amigos anunciando que estão na “Telinha”. É fama. Apenas alguns segundos de
fama. Outros fazem de tudo para entrarem no “Big Brother”. O negócio é ser
famoso. A Bíblia diz que é necessário que Jesus apareça e não nós: é necessário que Ele cresça e que eu diminua
(Jo 3:30).
O dinheiro não é o problema. O
problema é o amor, o apego a ele que é “a raiz de todos os males”. Por isso que
muitos prosperam e acabam se afastando da presença e da obra de Deus. Quem
assim procede faz das riquezas a sua rocha. Necessita se arrepender voltar-se
para o Senhor.
Os modismos são fundamentos de
muitos. Não importa se está em conformidade com a Palavra de Deus ou não; o
negócio é estar na moda. Se vai trazer escândalo ou não, não interessa. O
indivíduo começa a usar expressões e frases aprendidas em novelas, filmes e
programas, e, se bobear, quer trazer para dentro da igreja o mundanismo. Você
pode andar na moda e ser santo, consagrado e espiritual. Basta ter
discernimento e bom senso. Como dizia a juventude evangélica há um tempo atrás:
“é possível ser um crente pra frente, sem deixar Jesus pra trás”. Tem crente
que só vive de modismo: é dente de ouro, cair pelo poder, derrubar na unção, o
paletó ungido, a unção do riso (todo mundo caindo na gargalhada), a unção de
animais (gente imitando leão, águia, ovelha, etc..). Em vez de basear a vida
nas Sagradas Escrituras, pessoas preferem os modismos teológicos. Qual é o
fundamento da sua vida? Imitar o artista tal? Quem domina as suas conversas?
Quem é o seu exemplo e referencial? Acredito que deveria ser Jesus de Nazaré.
Faça Dele o seu fundamento hoje mesmo.
A intelectualidade tem sido a base
de muita gente. Os estudos são importantes e formam um pilar da vida, mas não
podem ser o fundamento.
A religiosidade é outra intrusa no
lugar de fundação da existência humana. Tem crente religioso também. Cumpre
“todos os rituais”, porém não adora a Deus e nem se deixa ser trabalhado por
Ele.
A família é um outro pilar ou coluna
da vida, todavia não pode ser o fundamento. Amamos os nossos e os valorizamos,
no entanto uma vida construída sobre a “rocha” família está fadada ao fracasso
já que o convívio familiar é imprescindível, porém movediço como uma areia. Não
serve como base.
O trabalho é outra coluna,
entretanto não tem consistência para ser o alicerce da vida de ninguém. Estar
empregado e podendo sustentar dignamente a sua casa é uma maravilha, mas é
insuficiente como esteio da existência.
A Igreja é um pilar. “Uma coluna e
firmeza da verdade”, contudo não pode ser o fundamento, pois é formada por
seres humanos e falhos. Cristo é a Rocha e não a Igreja.
Tem gente fazendo da Denominação ou
do pastor seu sustentáculo, sua base de vida. Está equivocado. Há pessoas que
faltam aos cultos quando sabem que o pastor não vai estar por algum motivo.
Está errado. Nem denominação, nem pastor, nem bispo, nem apóstolo e nem papa
deu a vida por ele. Foi Jesus Cristo quem fez isto. Portanto, o Salvador merece
e tem o direito de ser o nosso Senhor, a Rocha da nossa vida. Além do mais,
todos estes citados são humanos e sujeitos a errar, assim como as organizações
humanas contidas nas denominações evangélicas.
Sem contar, aqueles que fazem do seu
Eu a sua rocha: “O que vale é o que Eu
acho, o que Eu penso e o que Eu sinto”. Vivem tendo como base de sua existência
as suas próprias conclusões. Se você é um desses, sai dessa “fria”. Jesus deve
ser o fundamento da nossa vida e não a “areia” das nossas convicções.
Capítulo 4
O que
Jesus nos ensina sobre tudo isso?
Em Mateus 7:24-27 e Lucas 6:46-49, Jesus fala em dois
fundamentos. Escolhemos nos basear no texto de Mateus. O Mestre falando no
Sermão do Monte aborda os temas das bem-aventuranças, do sal da terra e da luz
do mundo. Afirma que veio cumprir a Lei. Ainda discorre sobre o homicídio, o
divórcio, os juramentos, o adultério, a vingança, o amor aos inimigos; com
exceção deste último assunto, tudo é fundamento areia. Agora Ele vai falar de
rocha: apresenta a oração do “Pai Nosso”, o jejum, o ajuntar tesouros no céu e
de não ter preocupações com as solicitudes desta vida.
No capítulo 7, no final do sermão, fala do julgar o
próximo, da persistência na oração, da porta estreita e da porta larga
(destinos do homem), da árvore e de seu fruto. E termina o sermão ressaltando
as figuras do prudente e do insensato. Versículos 24-27 de Mateus assim dizem:
Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem
prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os
rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque
tinha seus alicerces na rocha. Mas quem ouve estas minhas palavras e não as
pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a
chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e
ela caiu. E foi grande a sua queda.
Jesus está apresentando
dois fundamentos: a rocha e a areia. Quem ouve as Palavras Dele e as pratica é
como o homem que edificou a sua casa na rocha. Por outro lado, quem não tem as
Palavras de Jesus como fundação de sua vida é como aquele que construiu a sua
casa sobre a areia, ou seja, com o fundamento equivocado, quando vieram as
tempestades, a casa não aguentou e caiu. Assim acontece com quem levanta as
“paredes” da sua existência sobre os fundamentos frágeis e efêmeros deste
mundo.
Quem entende de obra
sabe que o segredo de uma sólida construção está num consistente alicerce.
Talvez você pense: “mas eu já sou crente. Tô na rocha! Os ímpios é que estão na
areia.” Será que é assim mesmo? Será que além dos incrédulos não tem “crente”
na areia?
Se nós olharmos bem
para a parábola (comparação com fatos da vida para extrair lições espirituais),
constataremos que as duas casas foram erguidas num processo de construção e,
enquanto elas estavam sendo levantadas, quem olhasse de longe perceberia que
estava tudo parecido. Isto é, uma casa aparentava tão segura quanto a outra. Só
que se chegassem perto, começariam a ver a diferença: “êpa! Essa aqui está na
rocha e aquela ali está na areia. Caramba! De longe parece tudo igual!” É como
alguns crentes nos nossos “arraiais”, nas nossas igrejas, quem olha de longe imagina
que eles estão na rocha, mas estão na areia. É lógico que a maioria dos
cristãos está na rocha, porém ainda existem alguns que parecem estar, mas não
estão. Andam com Bíblia, bem vestidos e até pegam o microfone na igreja,
todavia são pseudo-crentes. Não adianta sair da igreja ou do culto apenas
aliviado emocionalmente. Tem que sair transformado espiritualmente.
E tem gente que nem
chegando perto dá para ver se está na rocha mesmo. Disfarça tão bem.... Só
vamos saber realmente se está na rocha quando acontece aquilo que Jesus falou:
“ao vir a tempestade, a crise, a luta e o mar é revolto”. Aí é que aparece o
crente na areia e o cristão alicerçado na Rocha.
Capítulo 5
Características
do crente na areia e do crente na Rocha
Quem está firmado na areia:
Na hora da crise:
·
Corre.
·
Critica os outros.
·
Não procura a Casa do Senhor.
·
É gelado espiritualmente.
·
Frio emocionalmente.
·
Reclama de tudo.
·
Reclama de todos.
·
Gosta de uma fofoca.
·
É crítico na hora do culto.
·
Não se interessa pelo estudo da Palavra.
·
Dorme na hora da pregação ou então sai no meio
dela.
·
Não ora.
·
No momento de louvor e adoração fica
indiferente.
·
Só tem palavra de derrota na boca.
Quem está na
Rocha:
Na
hora da crise:
·
Não blasfema contra Deus.
·
Não se afasta da Igreja.
·
Busca a presença de Deus.
·
Vai à igreja para prestar culto.
·
É adorador e louva ao Senhor com alegria.
·
Estuda a Palavra de Deus.
·
Não fica reparando no culto para criticar.
·
Não faz as coisas na Igreja para aparecer.
·
Dá glória a Deus.
·
Dá aleluia.
·
É obediente à Palavra do Senhor.
·
Envolve-se com os trabalhos da Igreja.
·
Sente e vive a presença de Deus.
·
Fala como Paulo:
Pois dele, por ele e
para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém. (Rm
11:36).
Você
está firmado na Rocha? Vença e troque o seu fundamento hoje. Deixe Jesus ser a
base da sua existência. Ele te ama. Deu a vida por você.
Capítulo 6
As
Sagradas Escrituras falam do Verdadeiro Fundamento
Veja o que a Bíblia diz sobre o único e real fundamento:
·
Êx 17:06 – Jesus é a Rocha que faz brotar a água
da vida.
·
Dt 32:04 – o nosso Deus é a Rocha perfeita.
·
I Sm 2:02 – não há rocha como o nosso Deus.
·
II Sm 22:02-03 – Deus é a nossa Rocha
Libertadora e o rochedo em que nos refugiamos.
·
Sl 40:02 – os nossos pés estão sobre a Rocha.
·
Sl 61:02 – Ele é a Rocha mais alta que nós.
·
Sl 71:03 – Deus é a nossa Rocha e Habitação.
·
Sl 92:15 – Ele é a Rocha em que não há
injustiça.
Jesus é o fundamento consistente sobre o
qual devemos estar e só ele deve conduzir a nossa vida. Precisamos depositar
Nele a nossa fé e esperança.
Marcos 16: 18 temos: Tu és Pedro (no original é “petrus” = “pedrinha”) e sobre esta Pedra (“petra” =
“pedra grande, fundação de casa”). Ou seja, Jesus está falando “tu és
uma pedrinha Pedro e sobre está Pedra”, fundamento, que sou Eu, as minhas
palavras, a minha identidade que você revelou: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo, sobre esta declaração edificarei a minha Igreja e as portas do
inferno não prevaleceram contra ela.
No século XIX, o maior ganhador de almas
foi Moody. Ele foi desafiado a pregar a Palavra de Deus para um auditório de
cinco mil pessoas que não acreditavam em Deus. Existiam
Clubes nesta época formados por indivíduos que se reuniam
para estudarem e debaterem sobre o ateísmo (proposta filosófica que argumenta a
não existência de Deus) e como combater o evangelho.
Moody foi desafiado a pregar para eles e, quando ele olhou aquele “mar”
de gente, sabe o que ele fez? Não criticou o ateísmo, a ciência ou algum
argumento que aquelas pessoas defendiam. Ele pregou baseado nesse texto que
serve de fundamento para este livro: “Pois
a rocha deles não é como a nossa Rocha, com o que até mesmo os nossos inimigos
concordam” (Dt 32:31). Moody fez com que aqueles homens pensassem sobre
qual rocha eles estavam sustentados. No final, dos cinco mil, quinhentos
aceitaram a Jesus como Senhor e Salvador. Talvez você, amigo (a) leitor (a),
pense: “é pouco”. Querido (a), para converter um ateu é preciso um milagre.
Imagina quinhentos! É isso mesmo: Deus operou quinhentos milagres naquela
noite!
E os outros quatro mil e quinhentos saíram tão abalados espiritualmente
daquele culto, que nunca mais aqueles clubes do ateísmo funcionaram. O
pensamento cético foi varrido daquela Cidade. Sabe por quê? Porque a Rocha, que é Jesus, é inabalável e
consistente, não tem como resistir ao seu poder.
Conclusão
Terminamos fazendo
a insistente pergunta: “quem é a base da sua vida?” se você for chamado à
presença de Deus ou Jesus retornar hoje, agora, qual tem sido o fundamento da
sua existência? Em que rocha você está firmado? Nas suas convicções? Hoje,
Jesus quer ser a sua Rocha. Ele é a Rocha fiel, poderosa que garante a vitória
sobre a morte, o pecado, o mal e o inferno. Comece a construir a sua vida
(casa) sobre a Rocha, que é Jesus
Cristo. Se você ainda não fez isto e quer fazer, ore assim:
Senhor Jesus, hoje eu entendi que
a minha existência precisa de um fundamento, de um alicerce. Eu não quero mais
minha vida construída sobre a areia das minhas convicções e valores do mundo.
Agora eu quero que o Senhor entre em meu coração e o edifique na Sua Palavra.
Desejo recebê-Lo como meu Salvador e caminhar contigo. O Senhor tem a liberdade
de mudar a minha vida. Peço que me liberte de todas as correntes do mal e
escreva o meu nome no Livro da vida. Agradeço ao Senhor por ter morrido por
mim. Amém.
Se você fez esta oração com toda sinceridade do seu
coração, saiba que você passou a fazer parte da família de Deus. Agora procure
uma Igreja Evangélica perto de sua casa, pois é necessário congregar em algum
lugar. É muito importante ter um “lar espiritual” para conviver com os demais
irmãos em Cristo.
Parabéns pela sua decisão de seguir a Jesus! Ore. Fale com o
Senhor. Ele escutará a sua oração. Faça-a sempre em nome de Jesus, pois
chegamos a Deus por intermédio Dele. Leia a Bíblia Sagrada. Se onde você for
congregar não tiver uma para doar, compre um exemplar, hoje existem Bíblias com preços bem populares. Fique firme na sua
caminhada e que Deus abençoe o (a) irmão (ã) e a sua família. Um abraço!
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