quarta-feira, 31 de julho de 2013

A Nossa Rocha Não é como a Deles




Gilmar Cabral

                                                                                                              Dedicatória:

Dedico este livro à minha família e a todos que amam a Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.


 Introdução

 “Pois a rocha deles não é como a nossa Rocha, com o que até mesmo os nossos inimigos concordam”. (Dt 32:31)


            O Deuteronômio é o quinto livro da Bíblia, também conhecido como o último livro do Pentateuco (os cinco primeiros livros da Lei, escritos por Moisés). A palavra “deuteronômio” significa “Segunda Lei”, ou seja, esse livro funciona como uma recapitulação das Ordenanças do Senhor para a vida da nação de Israel. Moisés está perto de passar o cajado para o seu sucessor, que já estava escolhido por Deus: seu nome era Josué. Moisés então, nos últimos capítulos, faz uma espécie de revisão dos principais acontecimentos da História de Israel até aquele momento. Ele repassa os Dez Mandamentos e aplica aquilo que os estudantes conhecem bem em épocas de provas e de vestibulares, a saber, um “resumão” da matéria até ali ministrada, a fim de preparar os vestibulandos a se darem bem nas provas.
            É isso que faz Moisés. Ele durante todo o livro, mas principalmente a partir do capítulo vinte e sete, relata seus discursos finais com duas finalidades: a primeira era a de preparar povo para a sua sucessão, o que é sempre um momento traumático e que exige adaptação à nova liderança. A segunda era levar Israel a uma reflexão sobre seu compromisso com Jeová, visando à entrada na Terra Prometida. Assim, o profeta e líder em toda travessia do Deserto sabendo que não entraria em Canaã, passa a direcionar a memória do povo para as lembranças dos feitos divinos que foram realizados no passado, fortalecendo a fé e a renovação da Aliança feita com Deus no Monte Sinai.
            Nos capítulos 31 e 32, Moisés fala da perpetuação dessa Aliança e aborda precisamente a sua própria sucessão. O novo líder iria comandar o povo na posse da Terra Prometida, e a nação deveria estar estruturada espiritualmente e militarmente para essa grande empreitada de lutas, crises, vitórias, bênçãos e milagres que chegariam. É desta mesma forma que Deus faz com a Igreja e com o cristão: gosta de prepará-los para os embates, mas também para os milagres e as vitórias.   



Capítulo 1
Lembranças e Ensinamentos

            Especificamente no capítulo 32, Moisés vai enfatizar sua mensagem em forma de cântico, onde convida o céu e a terra para serem testemunhas. O cântico do testemunho fala da Grandeza de Deus, da fidelidade do Senhor e do cuidado Dele para com o povo da Promessa. Todavia, também fala da desobediência da nação. O profeta traz isso à memória do povo mostrando que ele sofreu porque foi desobediente e sofrerá o juízo de Deus se for infiel. Este texto vai dizer algo muito interessante sobre o papel dos inimigos de Israel. Nele, aprendemos que Deus permitiu o sofrimento do povo nas mãos dos seus inimigos por causa da idolatria e do fato de abandonarem o Senhor. É exatamente assim: quando somos desobedientes e nos afastamos de Deus, sofremos as consequências desse afastamento e nos tornamos presas fáceis nas mãos do inimigo de nossas almas e muitas vezes caímos nos erros e prazeres do mundo.
Deus permitiu o sofrimento não apenas como forma de juízo, mas também como maneira de moldar o caráter da nação. Os adversários foram instrumentos de Deus para tratar a vida espiritual de seu povo. Isto ocorre também conosco. Muitas vezes o Senhor permite o “temporal” em nossa vida e que os problemas cresçam, que a crise aconteça e que os inimigos se levantem, somente para trabalhar e aprimorar o nosso caráter, a nossa fé, a intimidade com Ele e a nossa vida espiritual. Portanto, saiba que toda luta é um grande ensinamento e nós devemos nos lembrar disso quando ela chegar, cessar ou aparecer outra.
Jó é um exemplo disto. Como o Senhor trabalhou na história deste grande personagem bíblico. Perdeu tudo o que tinha e ficou miseravelmente enfermo. Mesmo assim, não blasfemou contra Deus e ainda pôde fazer declarações marcantes de fé e de aprendizado espiritual:
“Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor”. (Jó 1:21).
“Eu sei que o meu Redentor vive, e que no fim se levantará sobre a terra.”
 (Jó 19:25).
“Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram.” (Jó 42:05).

Logo, aprendemos que as perdas, os traumas, os problemas e os sofrimentos têm na vida da gente uma finalidade pedagógica: é Deus querendo nos ensinar alguma coisa. E nós temos que ter a mente e o coração abertos para entendermos isto.
É neste capítulo também que está inserido o versículo 31, que destacamos: “Pois a rocha deles não é como a nossa Rocha, com o que até mesmo os nossos inimigos concordam”.
Nos contextos anteriores e posteriores a esse versículo, Moisés vai dizer que os inimigos se achavam o “máximo”, isto é, que Israel foi subjugado porque eles eram os “tais”; começaram a se vangloriar das vitórias sobre o povo de Deus. Só que na verdade, sem saber, eles foram apenas marionetes nas mãos de Jeová para cumprirem o propósito Dele. Os adversários do povo do Senhor pensaram que venceram porque a rocha deles era maior que a Rocha de Israel. Eles estavam enganados. Não passaram de instrumentos nas mãos do Deus Todo-Poderoso. O demônio que se levanta para te perseguir não passa de instrumento nas mãos divinas para aprimorar o seu caráter e a sua vida cristã. Isto acontece para que você, na hora em que o “cinto apertar”, possa correr para a oração e o jejum, possa “comer” a Palavra do Senhor e ficar mais perto do Criador, crescendo na comunhão e na fé.
Outra verdade clara no texto é que, além de serem marionetes nas mãos de Jeová, os inimigos de Israel, da Igreja e do cristão, serão castigados pelos seus próprios erros e falhas. É por isso que o grande legislador cita o versículo 31 fazendo uma comparação ao afirmar que a rocha deles, o fundamento deles, não é como a do povo de Israel, portanto, não é como a nossa Rocha. O nosso Deus é maior e não há outro igual ou superior a Ele!    
Se você observar, no texto a “rocha deles” começa com letra minúscula, é o “r” minúsculo, porém quando Moisés cita “a nossa Rocha”, o “R” é o maiúsculo porque se refere ao Deus Todo-Poderoso que criou o céu e a terra. É como se o sábio servo do Senhor estivesse afirmando irônica e entusiasticamente: “eles estão muito enganados, a base deles não é como a nossa, a deles é fraca, é falha. A rocha deles são os deuses pagãos, as crendices, as crenças do paganismo e a confiança em seu poderio militar. A nossa Rocha é Jeová, o Deus Majestoso e que muda as situações”. Moisés diz no final do versículo: “com o que até mesmo os nossos inimigos concordam”. Pelos grandes feitos do Senhor e diante do livramento milagroso, até mesmo os inimigos têm que admitir: só Jeová é Deus e os nossos deuses nada podem. A Rocha de Israel esmiuçou a rocha dos pagãos. O Senhor vai esmiuçar a rocha que te persegue: a enfermidade, o desemprego, a confusão, a miséria, a inveja, etc.. O nosso Deus é Rocha firme e não há como Ele! Aleluia! Aqueles que nos perseguem vão ter que no final reconhecer que a nossa Rocha é maior que a deles. 
Veja o que diz Deuteronômio 32:35-39.

A mim pertence a vingança e a retribuição. No devido tempo os pés deles escorregarão; o dia da sua desgraça está chegando e o seu próprio destino se apressa sobre eles. O Senhor defenderá o seu povo e terá compaixão dos seus servos, quando vir que a força deles se esvaiu e que ninguém sobrou, nem escravo nem livre. Ele dirá: Agora, onde estão os seus deuses, a rocha em que se refugiaram, os deuses que comeram a gordura dos seus sacrifícios e beberam o vinho das suas ofertas derramadas? Que eles se levantem para ajudá-los! Que eles lhes ofereçam abrigo! Vejam agora que sou o único, eu mesmo. Não há Deus além de mim. Faço morrer e faço viver, feri e curarei, e ninguém é capaz de livrar-se da minha mão. 

Esse é o Senhor Rocha Inabalável. Ele já é a sua Rocha?   
    


Capítulo 2
Aprendendo com as Rochas

            Quando estudamos as rochas, mesmo que não sejamos especialistas em Geologia, percebemos que existem muitas maneiras de classificá-las. Uma delas é quanto à sua formação. Utilizando esse critério, chegamos a três tipos de classificação. Sendo assim as rochas podem ser:
a)      Magmáticas – aquelas que vêm da larva dos vulcões, do magma. Ao entrar em contato com a superfície (Atmosfera), o magma vai se esfriando até se solidificar transformando-se em rocha. Por isso esse tipo de rocha é também chamado de rocha vulcânica.
b)      Sedimentares – são as rochas formadas por sedimentos provenientes da erosão e do relevo.
c)      Metamórficas – vão existir a partir de rochas pré-existentes colocadas em condições de pressão e de temperatura diferentes das de sua formação.  

Comparando com as bases da vida:
            As rochas magmáticas representam o fundamento que se solidificou no calor das dificuldades da vida. É uma base de existência que vai sendo solidificada no calor das pressões e dos problemas. A pessoa vai amadurecendo e tendo seu caráter e sua consciência solidificados naquilo que pensam e no que esperam para si.
            As sedimentares simbolizam uma base não tão firme ou resistente, pois se formou pelo desgaste da vida, pelos desgastes (erosão) emocionais do dia a dia, da luta da vida. Lá na frente, esta pessoa vai se tornar mais fragilizada por causa das crises existenciais. 
            As metamórficas apontam para um fundamento de vida formado pelas experiências que vão se acumulando (rochas pré-existentes) nos diferentes “climas” e “pressões” do cotidiano. É aquele indivíduo que, quando abre a boca, a gente vê a sua sensatez; percebe-se que ele tem base, tem experiência de vida e pode dar uma orientação. Sabe falar. Já passou por ali e tem algo a contribuir.
            Por que fazer essa analogia? Porque na Bíblia, dentre outras figuras e representações, a rocha significa fundação, alicerce de vida. Volta a pergunta: qual é o seu fundamento? Em que ou em quem está firmada a sua vida? Quero que este livro confronte você. Não há a preocupação em dizer o que você quer ler, mas sim em falar o que você precisa ler. O importante é que sua mente questione: tenho a Rocha que é Jeová como firmamento da minha vida ou não?
            É tempo de sermos confrontados com a Palavra do Senhor. Após a resposta à pergunta feita no parágrafo anterior, você poderá ter a certeza de que está salvo ou ainda perdido. Ir à Igreja é maravilhoso: louvar, adorar, dar glória a Deus e aleluia; mas o que conta mesmo é saber qual é a base de existência da sua vida.
            Para termos Deus como a rocha da nossa vida, é preciso cumprir a Palavra do Senhor e firmar uma aliança com Ele. É isto que Moisés está dizendo: “escuta uma coisa, a rocha deles não é como a nossa Rocha porque nós temos um Pacto com Deus e eles não”. Você já firmou um Pacto com Deus? Faça isso hoje mesmo. Ele ouve a sua oração.



Capítulo 3
Os diferentes fundamentos

            Muitos têm como rocha os prazeres da carne, são os hedonistas, o que vale é o prazer carnal; será que este é o seu fundamento? Tem os que vivem uma vida religiosa, porém a base são as efêmeras “delícias” do mundo. Se você é escravizado pelos desejos mundanos, saiba que Jesus pode libertá-lo. João 8:36 afirma que se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. Ele quer ser a sua fundação, o seu alicerce. Saia dessa areia movediça do pecado e venha para a Rocha Firme.
            Outros têm como rocha os vícios, desde os pequeninos até os mais tenebrosos, inclusive na área sexual. Há os viciados em Internet, transformando-a em “Infernet”. É lógico que se aproveitarmos bem os momentos que passamos on line poderemos fazer da Internet uma bênção, uma coisa muito positiva. Portanto, cuidado com o que você está vendo, escutando, pesquisando; por onde você está navegando no “infomar”. Aliás, por que sites tem navegado com o seu “barquinho”? Deixa Jesus entrar no seu “barquinho” e conduzi-lo a partir de hoje e você seguirá na direção certa.
Tem gente que é viciada em café, coca-cola, chocolate, etc.. Talvez você pense: “isso não tem nada a ver”. Muito pelo contrário, tudo que vira vício aprisiona e faz mal.
            Há os que se viciaram em cartas de baralho, jogos de carteado. Não sabem nem os significados profanos daquelas cartas e estão lá, sentados na “roda dos escarnecedores”, jogando. Jogando fora uma bela oportunidade de servir a Deus com integridade e santidade. Deixe que Jesus trabalhe o seu coração. Deixe que a Palavra vá limpando o seu interior, tirando os altares ali construídos no lugar do altar do Senhor.
            Noutro dia apareceu na TV, num desses telejornais, um rapaz novo, que poderia estar louvando a Deus na Igreja. Foi apanhado em flagrante num ato de pedofilia, viciado na depravação. Jovem, casado, com uma aliança enorme na mão esquerda, ia ser pai em breve. Ele acabou com o seu casamento e com a vida daquele garoto, uma vítima de apenas 14 anos. Imagine aquela esposa! Saber que estava casada com um monstro! A criança que na época nem havia nascido: filho ou filha de um pedófilo! Qual era o fundamento da vida daquele moço? Certamente o pecado, a depravação e tudo o que desagrada a Deus.
            A fama quase sempre vicia e fica como base da vida. Você já deve ter visto que nas reportagens dos telejornais diários da TV sempre aparecem os engraçadinhos por trás dos entrevistados. Isso só para aparecer diante das câmeras. Pegam o celular e ligam para parentes e amigos anunciando que estão na “Telinha”. É fama. Apenas alguns segundos de fama. Outros fazem de tudo para entrarem no “Big Brother”. O negócio é ser famoso. A Bíblia diz que é necessário que Jesus apareça e não nós: é necessário que Ele cresça e que eu diminua (Jo 3:30).   
            O dinheiro não é o problema. O problema é o amor, o apego a ele que é “a raiz de todos os males”. Por isso que muitos prosperam e acabam se afastando da presença e da obra de Deus. Quem assim procede faz das riquezas a sua rocha. Necessita se arrepender voltar-se para o Senhor.
            Os modismos são fundamentos de muitos. Não importa se está em conformidade com a Palavra de Deus ou não; o negócio é estar na moda. Se vai trazer escândalo ou não, não interessa. O indivíduo começa a usar expressões e frases aprendidas em novelas, filmes e programas, e, se bobear, quer trazer para dentro da igreja o mundanismo. Você pode andar na moda e ser santo, consagrado e espiritual. Basta ter discernimento e bom senso. Como dizia a juventude evangélica há um tempo atrás: “é possível ser um crente pra frente, sem deixar Jesus pra trás”. Tem crente que só vive de modismo: é dente de ouro, cair pelo poder, derrubar na unção, o paletó ungido, a unção do riso (todo mundo caindo na gargalhada), a unção de animais (gente imitando leão, águia, ovelha, etc..). Em vez de basear a vida nas Sagradas Escrituras, pessoas preferem os modismos teológicos. Qual é o fundamento da sua vida? Imitar o artista tal? Quem domina as suas conversas? Quem é o seu exemplo e referencial? Acredito que deveria ser Jesus de Nazaré. Faça Dele o seu fundamento hoje mesmo.     
            A intelectualidade tem sido a base de muita gente. Os estudos são importantes e formam um pilar da vida, mas não podem ser o fundamento.
            A religiosidade é outra intrusa no lugar de fundação da existência humana. Tem crente religioso também. Cumpre “todos os rituais”, porém não adora a Deus e nem se deixa ser trabalhado por Ele.
            A família é um outro pilar ou coluna da vida, todavia não pode ser o fundamento. Amamos os nossos e os valorizamos, no entanto uma vida construída sobre a “rocha” família está fadada ao fracasso já que o convívio familiar é imprescindível, porém movediço como uma areia. Não serve como base.        
            O trabalho é outra coluna, entretanto não tem consistência para ser o alicerce da vida de ninguém. Estar empregado e podendo sustentar dignamente a sua casa é uma maravilha, mas é insuficiente como esteio da existência.
            A Igreja é um pilar. “Uma coluna e firmeza da verdade”, contudo não pode ser o fundamento, pois é formada por seres humanos e falhos. Cristo é a Rocha e não a Igreja.
            Tem gente fazendo da Denominação ou do pastor seu sustentáculo, sua base de vida. Está equivocado. Há pessoas que faltam aos cultos quando sabem que o pastor não vai estar por algum motivo. Está errado. Nem denominação, nem pastor, nem bispo, nem apóstolo e nem papa deu a vida por ele. Foi Jesus Cristo quem fez isto. Portanto, o Salvador merece e tem o direito de ser o nosso Senhor, a Rocha da nossa vida. Além do mais, todos estes citados são humanos e sujeitos a errar, assim como as organizações humanas contidas nas denominações evangélicas.
            Sem contar, aqueles que fazem do seu Eu a sua rocha: “O que vale é o que Eu acho, o que Eu penso e o que Eu sinto”. Vivem tendo como base de sua existência as suas próprias conclusões. Se você é um desses, sai dessa “fria”. Jesus deve ser o fundamento da nossa vida e não a “areia” das nossas convicções.  


   
Capítulo 4
O que Jesus nos ensina sobre tudo isso?

            Em Mateus 7:24-27 e Lucas 6:46-49, Jesus fala em dois fundamentos. Escolhemos nos basear no texto de Mateus. O Mestre falando no Sermão do Monte aborda os temas das bem-aventuranças, do sal da terra e da luz do mundo. Afirma que veio cumprir a Lei. Ainda discorre sobre o homicídio, o divórcio, os juramentos, o adultério, a vingança, o amor aos inimigos; com exceção deste último assunto, tudo é fundamento areia. Agora Ele vai falar de rocha: apresenta a oração do “Pai Nosso”, o jejum, o ajuntar tesouros no céu e de não ter preocupações com as solicitudes desta vida.
            No capítulo 7, no final do sermão, fala do julgar o próximo, da persistência na oração, da porta estreita e da porta larga (destinos do homem), da árvore e de seu fruto. E termina o sermão ressaltando as figuras do prudente e do insensato. Versículos 24-27 de Mateus assim dizem:

Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda.  

Jesus está apresentando dois fundamentos: a rocha e a areia. Quem ouve as Palavras Dele e as pratica é como o homem que edificou a sua casa na rocha. Por outro lado, quem não tem as Palavras de Jesus como fundação de sua vida é como aquele que construiu a sua casa sobre a areia, ou seja, com o fundamento equivocado, quando vieram as tempestades, a casa não aguentou e caiu. Assim acontece com quem levanta as “paredes” da sua existência sobre os fundamentos frágeis e efêmeros deste mundo.
Quem entende de obra sabe que o segredo de uma sólida construção está num consistente alicerce. Talvez você pense: “mas eu já sou crente. Tô na rocha! Os ímpios é que estão na areia.” Será que é assim mesmo? Será que além dos incrédulos não tem “crente” na areia?
Se nós olharmos bem para a parábola (comparação com fatos da vida para extrair lições espirituais), constataremos que as duas casas foram erguidas num processo de construção e, enquanto elas estavam sendo levantadas, quem olhasse de longe perceberia que estava tudo parecido. Isto é, uma casa aparentava tão segura quanto a outra. Só que se chegassem perto, começariam a ver a diferença: “êpa! Essa aqui está na rocha e aquela ali está na areia. Caramba! De longe parece tudo igual!” É como alguns crentes nos nossos “arraiais”, nas nossas igrejas, quem olha de longe imagina que eles estão na rocha, mas estão na areia. É lógico que a maioria dos cristãos está na rocha, porém ainda existem alguns que parecem estar, mas não estão. Andam com Bíblia, bem vestidos e até pegam o microfone na igreja, todavia são pseudo-crentes. Não adianta sair da igreja ou do culto apenas aliviado emocionalmente. Tem que sair transformado espiritualmente.
E tem gente que nem chegando perto dá para ver se está na rocha mesmo. Disfarça tão bem.... Só vamos saber realmente se está na rocha quando acontece aquilo que Jesus falou: “ao vir a tempestade, a crise, a luta e o mar é revolto”. Aí é que aparece o crente na areia e o cristão alicerçado na Rocha. 



Capítulo 5
Características do crente na areia e do crente na Rocha

Quem está firmado na areia:
Na hora da crise:
·         Corre.
·         Critica os outros.
·         Não procura a Casa do Senhor.
·         É gelado espiritualmente.
·         Frio emocionalmente.
·         Reclama de tudo.
·         Reclama de todos.
·         Gosta de uma fofoca.
·         É crítico na hora do culto.
·         Não se interessa pelo estudo da Palavra.
·         Dorme na hora da pregação ou então sai no meio dela.
·         Não ora.
·         No momento de louvor e adoração fica indiferente.
·         Só tem palavra de derrota na boca.

Quem está na Rocha:
      Na hora da crise:
·         Não blasfema contra Deus.
·         Não se afasta da Igreja.
·         Busca a presença de Deus.
·         Vai à igreja para prestar culto.
·         É adorador e louva ao Senhor com alegria.
·         Estuda a Palavra de Deus.
·         Não fica reparando no culto para criticar.
·         Não faz as coisas na Igreja para aparecer.
·         Dá glória a Deus.
·         Dá aleluia.
·         É obediente à Palavra do Senhor.
·         Envolve-se com os trabalhos da Igreja.
·         Sente e vive a presença de Deus.
·         Fala como Paulo:

Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre! Amém. (Rm 11:36).

            Você está firmado na Rocha? Vença e troque o seu fundamento hoje. Deixe Jesus ser a base da sua existência. Ele te ama. Deu a vida por você.


  
Capítulo 6
As Sagradas Escrituras falam do Verdadeiro Fundamento

            Veja o que a Bíblia diz sobre o único e real fundamento:
·         Êx 17:06 – Jesus é a Rocha que faz brotar a água da vida.
·         Dt 32:04 – o nosso Deus é a Rocha perfeita.
·         I Sm 2:02 – não há rocha como o nosso Deus.
·         II Sm 22:02-03 – Deus é a nossa Rocha Libertadora e o rochedo em que nos refugiamos.
·         Sl 40:02 – os nossos pés estão sobre a Rocha.
·         Sl 61:02 – Ele é a Rocha mais alta que nós.
·         Sl 71:03 – Deus é a nossa Rocha e Habitação.
·         Sl 92:15 – Ele é a Rocha em que não há injustiça.

      Jesus é o fundamento consistente sobre o qual devemos estar e só ele deve conduzir a nossa vida. Precisamos depositar Nele a nossa fé e esperança.
      Marcos 16: 18 temos: Tu és Pedro (no original é “petrus” =  “pedrinha”) e sobre esta Pedra (“petra” =  “pedra grande, fundação de casa”). Ou seja, Jesus está falando “tu és uma pedrinha Pedro e sobre está Pedra”, fundamento, que sou Eu, as minhas palavras, a minha identidade que você revelou: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo, sobre esta declaração edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevaleceram contra ela. 
      Em I Pe 2:04 e 08, o próprio Pedro declara que nós, crentes em Jesus, somos “pedras vivas” edificadas. A imagem é a de que Deus está construindo um edifício espiritual, a Igreja. Nós somos as pedras vivas edificadas sobre a Rocha Alicerce, que é Cristo Jesus, a “pedra principal de esquina”. Com esta pedra qualquer um que desejar é levantado, erguido e abençoado. Entretanto, aquele que ao olhar para Jesus não o vê como a rocha da sua vida, o próprio Senhor se transforma em “pedra de tropeço” para esta pessoa. Quem procede assim são os indiferentes para com o Mestre. Porém, ainda que Ele esteja como pedra de tropeço para você, Jesus o ama e quer restaurar a sua vida, edificá-la e sustentá-la em todos os momentos da sua existência.
       Em I Co 3:11, Paulo nos ensina que Jesus é o verdadeiro fundamento e não há outro para a Igreja. Quem estiver em Cristo será como o Monte Sião, que não pode ser abalado, mas permanece para sempre (Sl 125:01).
       No século XIX, o maior ganhador de almas foi Moody. Ele foi desafiado a pregar a Palavra de Deus para um auditório de cinco mil pessoas que não acreditavam em Deus. Existiam Clubes nesta época formados por indivíduos que se reuniam para estudarem e debaterem sobre o ateísmo (proposta filosófica que argumenta a não existência de Deus) e como combater o evangelho.  
Moody foi desafiado a pregar para eles e, quando ele olhou aquele “mar” de gente, sabe o que ele fez? Não criticou o ateísmo, a ciência ou algum argumento que aquelas pessoas defendiam. Ele pregou baseado nesse texto que serve de fundamento para este livro: “Pois a rocha deles não é como a nossa Rocha, com o que até mesmo os nossos inimigos concordam” (Dt 32:31). Moody fez com que aqueles homens pensassem sobre qual rocha eles estavam sustentados. No final, dos cinco mil, quinhentos aceitaram a Jesus como Senhor e Salvador. Talvez você, amigo (a) leitor (a), pense: “é pouco”. Querido (a), para converter um ateu é preciso um milagre. Imagina quinhentos! É isso mesmo: Deus operou quinhentos milagres naquela noite!
E os outros quatro mil e quinhentos saíram tão abalados espiritualmente daquele culto, que nunca mais aqueles clubes do ateísmo funcionaram. O pensamento cético foi varrido daquela Cidade. Sabe por quê? Porque a Rocha, que é Jesus, é inabalável e consistente, não tem como resistir ao seu poder.   



 Conclusão

            Terminamos fazendo a insistente pergunta: “quem é a base da sua vida?” se você for chamado à presença de Deus ou Jesus retornar hoje, agora, qual tem sido o fundamento da sua existência? Em que rocha você está firmado? Nas suas convicções? Hoje, Jesus quer ser a sua Rocha. Ele é a Rocha fiel, poderosa que garante a vitória sobre a morte, o pecado, o mal e o inferno. Comece a construir a sua vida (casa) sobre a Rocha, que é Jesus Cristo. Se você ainda não fez isto e quer fazer, ore assim:

Senhor Jesus, hoje eu entendi que a minha existência precisa de um fundamento, de um alicerce. Eu não quero mais minha vida construída sobre a areia das minhas convicções e valores do mundo. Agora eu quero que o Senhor entre em meu coração e o edifique na Sua Palavra. Desejo recebê-Lo como meu Salvador e caminhar contigo. O Senhor tem a liberdade de mudar a minha vida. Peço que me liberte de todas as correntes do mal e escreva o meu nome no Livro da vida. Agradeço ao Senhor por ter morrido por mim.  Amém.   


            Se você fez esta oração com toda sinceridade do seu coração, saiba que você passou a fazer parte da família de Deus. Agora procure uma Igreja Evangélica perto de sua casa, pois é necessário congregar em algum lugar. É muito importante ter um “lar espiritual” para conviver com os demais irmãos em Cristo. Parabéns pela sua decisão de seguir a Jesus! Ore. Fale com o Senhor. Ele escutará a sua oração. Faça-a sempre em nome de Jesus, pois chegamos a Deus por intermédio Dele. Leia a Bíblia Sagrada. Se onde você for congregar não tiver uma para doar, compre um exemplar, hoje existem Bíblias com preços bem populares. Fique firme na sua caminhada e que Deus abençoe o (a) irmão (ã) e a sua família. Um abraço!           

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