Infinitas Palavras



Sobre Infinitas Palavras:

Ao poeta abrem-se inúmeras possibilidades.
Diante do cordel de palavras, elas se somam infinitamente, multiplicadas a partir do mesmo grão criador. Para o poeta importa-lhe dizer exatamente o que sente, nem mais, nem menos, como se cada palavra fosse única e trouxesse dentro dela um segredo.
Os poemas se sucedem como o desfiar de um novelo, em que uma linha permanente se desenrola, alçando ao infinito da imaginação. Se ao poeta fossem subtraídas  as suas palavras, seria o ser mais pobre do universo, pois sem elas, ele não se realiza.
A poesia tem o dom encantatório das profecias. Tudo o que é dito, acontece. Seja no macro ou no microcosmo, o poema penetra o lado surdo dos homens, fazendo-os ouvir. Se alguém está doente, leia-lhe um poema; se tem medo, leia-lhe um poema; se está ansioso, leia-lhe um poema. Os poemas têm a qualidade de mudar o ânimo e o estado íntimo de quem os ouve.
Assim Gilmar Cabral quis que seus poemas se estendessem, ao infinito da compreensão humana, onde todos se encontram e se irmanam. Não há segredos para quem vive de poesia. A poesia nos leva aos melhores lugares e nos traz as melhores pessoas. Todas irão ouvi-lo falar de si como se falasse delas.
A igualdade começa e termina pela palavra. Por isso, ele é um “fazedor de poemas/ e criatura de seus versos/ aquele que trabalha esteticamente a palavra/ retirando-a de algum lugar sensível do universo”.
Um primeiro livro inaugura um novo tempo para seua autor e para quem o lê. Infinita Palavras busca explicações “nos desenhos esculpidos nos vitrais” como se neles pudesse ver o próprio rosto, “transparentes e cristalinos”, que quase transpassam sua alma.

Thereza Christina Rocque da Motta
Poeta e editora
Membro da Academia Brasileira de Poesia
Casa Raul de Leoni - Petrópolis

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