terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Luar

 

   

Face do muro tão plana,


como sabugueiro florido.

O luar parece que abana
as ramagens na parede.

A noite toda é um zumbido
e um florir de vaga-lumes.



A boca morre de sede
junto à frescura dos galhos.

Andam nascendo os perfumes
na seda crespa dos cravos.

Brota o sono dos canteiros
como o cristal dos orvalhos. 

(Cecília Meireles. Palavras e pétalas. Rio de Janeiro: Desiderata, 2008. p.25) 

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