Face do muro tão plana,
O luar parece que abana
as ramagens na parede.
A noite toda é um zumbido
e um florir de vaga-lumes.
A boca morre de sede
junto à frescura dos galhos.
Andam nascendo os perfumes
na seda crespa dos cravos.
Brota o sono dos canteiros
como o cristal dos
orvalhos.
(Cecília Meireles. Palavras e pétalas. Rio de Janeiro:
Desiderata, 2008. p.25)
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