segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Comunhão




 

Fiel é Deus, o qual os chamou à comunhão com seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.
                                      (I Co 1:09 -NVI)

Tiffany era uma jovem muito dedicada na Igreja. No começo de sua trajetória cristã, ia com a sua mãe para as reuniões, na verdade, não perdia uma. Tudo começou a mudar quando sua mãe, muito influenciada pelo pai de Tiffany, passou a não mais querer ir à Igreja. Isso entristeceu a jovem, mas não a desanimou; ela continuou a frequentar as reuniões. Só, que com o tempo, sem o incentivo em casa, Tiffany entrou num processo de esfriamento que foi gradativo e, aos olhos dos irmãos da Igreja, bem como de sua liderança, foi quase imperceptível. Primeiro ela deixou de ir às reuniões de meio de semana. Depois passou a participar somente no domingo pela manhã. Daí, não ia a todas as reuniões pela manhã. Finalmente, quando ia, não mais se sentava nas primeiras fileiras de bancos; foi para as do meio, para as finais e, dali, para fora da porta da Igreja. E isto aconteceu.

Tiffany caiu no mundão. Perdeu a comunhão com Deus e com os irmãos. Sua vida passou a ser direcionada para: festas mundanas, bailes, cigarros e, até mesmo, bebidas alcoólicas. Sua turma não era mais o grupo jovem da Igreja, mas sim uma “trupe” que só queria a farra.

Após algum tempo, o líder dos jovens sentiu uma inspiração de Deus para retomar as visitas que, anos atrás, o grupo fazia com muita intensidade; algo que dava bons resultados ao resgatar jovens sumidos da Igreja. O primeiro nome da lista foi o de Tiffany. Decidiram que iriam começar com ela. Porém, com as intensas atividades do domingo, o grupo de visitas acabou por esquecer-se de marcar com a jovem a ida até a sua casa.

Naquele domingo algo de muito forte iria mudar a vida de Tiffany. Mais uma vez ela havia saído com uma turma da pesada. Até drogas a moça já estava começando a usar. Seus pais começaram a ficar preocupados e a sentirem culpa pelo desencaminhar da jovem já que eles mesmos haviam desestimulado a sua presença nos cultos da Igreja. Além do mais, não tinham mais controle sobre a moça. Ela tornara-se rebelde e, como já passara dos dezoito anos, achava-se dona do seu próprio nariz. Mas ao final daquele baile de domingo, porque não dizer, madrugada de segunda-feira, aconteceu um tiroteio bem na hora saída da “muvuca”. Foi uma correria só. Tiffany caiu se machucando e quando tentava se levantar, foi atingida no braço por um tiro e desabou no chão gritando de dor. Seus amigos a ajudaram arrastando-a para um local mais seguro. Ao ser levada para um hospital próximo dali, constatou-se que, felizmente, não havia sido algo mais grave, porém o fato marcou profundamente sua vida.

Retornando para casa, seus pais, aflitos, conversaram com a moça aconselhando-a a voltar para a Igreja. Até mesmo sua mãe decidiu novamente acompanhá-la. Na manhã de segunda-feira, ainda recuperando-se fisicamente e emocionalmente do ocorrido, Tiffany recebeu um telefonema. Era do líder da juventude de sua antiga Igreja. Ele perguntou para ela se o grupo de visitas poderia ir até a sua casa naquela noite, às dezenove horas. “Sim!” Ela respondeu com entusiasmo. Desligou e falou com a mãe sobre a visita. Esta ficou contentíssima! Tiffany agora tinha a certeza de que Deus a estava chamando para uma nova vida com Ele e que, na realidade, Ele a havia livrado da morte para dar-lhe uma nova chance.

À noite, o grupo chegou. Aproximadamente, trinta jovens. A casa ficou cheia de gente, de alegria e da presença de Deus. A reunião foi maravilhosa. Muitos cânticos foram cantados. Muitas orações foram erguidas ao Céu. O líder da visitação leu um trecho da Bíblia que falou ao coração de todos ali, principalmente, ao de Tiffany: Esta é a mensagem que dele ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nele não há treva alguma. Se afirmarmos que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado (I Jo 1:5-7 -NVI).

Após a leitura, o jovem fez uma mini-pregação de quinze minutos falando sobre a necessidade de andarmos na luz, pois é ali que Deus está. Comparou a vida de quem está na luz com a vida de quem anda em trevas, enfatizando o perigo de não estar em comunhão com Deus e de não ter a vida purificada pelo sangue de Jesus Cristo. No final, fez um pequeno apelo para que Tiffany voltasse para os caminhos do Senhor. A jovem prontamente atendeu ao chamado. Ela estava consciente de que sua vida havia sido poupada por Deus para algum propósito específico e ela desejava saber qual era esse propósito. Tiffany absorveu e reviveu a Palavra de Deus em sua vida. A moça entendeu que precisava andar na luz de Jesus para viver uma nova vida e ter comunhão com Deus e com seus irmãos em Cristo. O salmo 133:1 (NVI) passou a ser realidade na vida de Tiffany: como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união! Ela procurou não mais deixar de frequentar às reuniões da Igreja. Vale ressaltar que sua mãe recomeçou e seu pai também passou a frequentar os cultos. Acho até que em breve Tiffany poderá dizer: Mas, eu e a minha família serviremos ao Senhor (Js 24:15b - NVI).   



Reflexão:

O esfriamento espiritual é um perigo na vida do cristão. O que aconteceu com Tiffany e com sua mãe, infelizmente, vem acontecendo em quase todas as Igrejas. É sempre assim: primeiro a pessoa não se compromete com nada em termos de serviço cristão, depois passa a não mais vir a todas as reuniões, selecionando os cultos, depois, quando vem, senta lá trás e dali é um pulinho para fora da Igreja. Só que para voltar... é muito difícil.

Não podemos abrir mão da comunhão que temos com Deus e com os nossos irmãos. Esse negócio de “Cristo em Casa” é somente para nome de programação de Rádio Evangélica. O cristão precisa estar na Igreja e necessita de viver em comunhão. É lógico que Cristo está em todo lugar que Ele desejar estar, Ele é onipresente. Entretanto, é na Igreja que nos ajudamos e que sabemos das dificuldades dos nossos irmãos e, assim, podemos orar e interceder por eles. É na igreja que aprendemos mais sobre a Palavra de Deus. O Salmista no Salmo 27:04 (NVI) fala: uma coisa pedi ao Senhor; é o que procuro: que eu possa viver na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para comtemplar a bondade do Senhor e buscar sua orientação no seu templo. O Salmo 84:10 (NVI) diz: melhor é um dia nos teus átrios do que mil noutro lugar; prefiro ficar à porta da casa do meu Deus a habitar nas tendas dos ímpios.  

É maravilhoso estar na Igreja! Devemos estar atentos àqueles que estão faltando aos cultos, pois pode ser que eles estejam se esfriando e caminhando a passos largos para o afastamento total.

(Gilmar Cabral)

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