Esperança

Um cheiro suave de rosas,
Uma fresta bem-vinda na porta
Enchendo o espaço de aroma,
Preenchendo o vazio de luz.
O sorriso surge no rosto
Dissipando o tédio e o desgosto,
Fazendo brotar no caule desbotado
Um botão embrionário da flor.
As folhas viçosas e verdes
Trazem da manhã o frescor,
E aproximam-se da brisa doce e quente
Que o dia vem nos impor.
Já à tarde, o banho e o acalanto,
À noite, suspira...
Enquanto a boca pronuncia
O hálito do amor.

( Gilmar Cabral - livro Infinitas Palavras. p. 70)