quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Soneto em Verso Livre (prazer estético)



Terra seca, árida como o sol.
Com rachaduras e pedregulhos amarelos
Como fundo de lago seco sem anzol
Cenário triste, mas contraditoriamente belo.

Encontrar a beleza num painel de ausência
Eis o desafio do olho frio e insensível
Mas o olhar do poeta acha clemência
Quando o raro prazer estético é impossível.

Assim, da rudeza ele tira a emoção.
Faz a proeza de recriar o mundo
Ainda que a falta promova tudo.

A pena escreve os versos da canção.
O papel opaco recebe a tinta do poema certo
Trazendo o amor, a lua e as estrelas pra bem perto.

(Gilmar Cabral). 

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