sábado, 17 de maio de 2014
Janelas
Há um homem sonhando
numa praia; um outro
que nunca sabe as datas;
há um homem fugindo
de uma árvore; outro que perdeu
seu barco ou seu chapéu;
há um homem que é soldado;
outro que faz de avião;
outro que vai esquecendo
sua hora seu mistério
seu medo da palavra véu;
e em forma de navio
há ainda um que adormeceu.
(João Cabral de Melo Neto. Serial e antes. RJ: Nova Fronteira. p. 11)
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